Após colocar o anel corneano no tratamento do ceratocone, tem a chance dessa doença estabilizar?
- Ramon Ferrary
- 8 de nov. de 2023
- 2 min de leitura
Depois que inserimos o anel corneano no tratamento do ceratocone, surge a dúvida: essa doença pode estabilizar? Responderei que sim, mas trata-se de uma possibilidade.
Normalmente, após o implante do anel na córnea, ocorre uma mudança na dinâmica dela. Essa mudança envolve a flexibilidade da córnea, a adição de tecido na periferia com uma determinada tensão, que altera a sua biomecânica.
A córnea de pacientes com ceratocone é bastante maleável e elástica. Quando inserimos esse tecido adicional, ou seja, através da cirurgia de anel corneano, temos a oportunidade de adicionar mais tecido e criar essa tensão. A tensão varia de acordo com o tipo de segmento implantado e sua espessura.
A maioria das pessoas consegue estabilizar a doença, por vários motivos, como questões biomecânicas e de elasticidade da córnea, além da redução significativa de sintomas, que costumam prejudicar pessoas com ceratocone, como as alergias oculares.
Geralmente, após o implante do anel corneano, as pessoas que sofriam com coceira nos olhos, irritação e vermelhidão frequente percebem uma melhora significativa. Elas tendem a ter um maior controle sobre a saúde ocular, graças ao efeito do anel, que contribui para a estabilização. Além disso, existe a opção de outros procedimentos, como o Crosslinking, que tem como objetivo frear a progressão do ceratocone.
O anel se mostra uma excelente alternativa quando buscamos a estabilização, principalmente porque, além da possibilidade de estabilização da doença, ele também proporciona uma correção das irregularidades visuais. Portanto, os pacientes não apenas estabilizam a condição, mas também experimentam uma melhoria na qualidade visual, o que é fundamental para aqueles que enfrentam o ceratocone e sua possível evolução.
Mesmo com o implante do anel, ainda é possível realizar o crosslinking, sem qualquer interferência. Essa opção é viável mesmo para pacientes que já possuem o anel implantado. Dessa forma, geralmente, obtemos sucesso e mantemos outras alternativas de tratamento disponíveis no que diz respeito à estabilização do ceratocone,
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